terça-feira, 1 de março de 2011

Quanto mais o governo desmente, mais certeza se tem de que a famigerada "CPMF" pode voltar



Presidenta Dilma, hoje cedo no programa de Ana Maria Braga
A presidente Dilma Rousseff admitiu nesta terça-feira iniciar um debate sobre a volta de uma contribuição exclusiva para a saúde, nos moldes da extinta CPMF, caso um diagnóstico que está sendo feito pelo governo indique que efetivamente faltam recursos para o setor.
Durante participação no programa "Mais Você", da TV Globo, apresentado por Ana Maria Braga, Dilma falou sobre a possível volta da CPMF enquanto cozinhava uma omelete. 

Dilma jogou a CPMF nesta omelete. Quer um pedacinho?
Foi a primeira vez que a presidente falou diretamente sobre o assunto, desde que a recriação da CPMF voltou à tona, após encontro de governadores do Nordeste, na semana passada, em Sergipe.
Na ocasião, a falta de recursos para a saúde desses Estados foi um dos principais pontos da pauta de discussão com a presidente. Os governadores da região se dividem no apoio à volta de uma contribuição compulsória para a saúde.
Na conversa com Ana Maria Braga, a presidente afirmou que a discussão sobre a eventual volta de um imposto para a saúde "está sendo feita da forma errada".
Dilma buscou deixar claro que, apesar de um novo imposto não estar descartado, a prioridade do governo é resolver a carência de recursos para a saúde por meio da otimização da gestão. Caso se conclua que, ainda assim, falta dinheiro para o setor, aí sim o governo passaria a levar à frente a ideia de recriar uma contribuição nos moldes da CPMF.
"Para saber se precisa ou não precisa de CPMF, a gente precisa saber para que ela serve", disse Dilma.


* Tradução de afirmação de uma tecnocrata de carteirinha: "a prioridade do governo é resolver a carência de recursos para a saúde por meio da otimização da gestão", quer dizer "para otimizarmos a gestão da saúde neste país, a única saída será captarmos mais recursos com um novo imposto". Pois todo mundo já ouviu os ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Miriam Belchior, do Planejamento afirmarem que não há mais dinheiro. Você puxa o reverso, coloca umas pitadas de transverso para convergir na lógica do sapo doido: pula como se estivesse num piso quente, mas na verdade está se movendo do jeito que a natureza o criou. Você pode andar, ficar parado ou pular, mas o imposto está lá só esperando para ser reeditado. É só uma questão de tempo, muito menos do que de retórica.

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