Quarta-feira, 20 de julho de 2011.
Polícia percorre hospitais no Sul da Bahia em busca de suspeitos de sequestrar professora Marildes Marinho da Silva, de 57 anos, doutora em linguística |
Agentes da Polícia Civil da Bahia procuram por suspeitos de envolvimento no sequestro da professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Marildes Marinho da Silva, de 57 anos, doutora em linguística, e o também do professor universitário André Mourthé de Oliveira, de 56. Eles tinham deixado a comunidade indígena pataxó de Barra Velha (BA), onde ela havia dado aulas até domingo em um módulo do curso de formação intercultural de educadores, que também coordenava. Depois de serem interceptados por criminosos, o casal foi levado de carro, mas um acidente numa estrada de terra terminou com a morte da professora. Os investigadores agora percorrem hospitais da Região Sul da Bahia, em busca de pista de suspeitos. No acidente, um dos criminosos ficou gravemente ferido e pode ter dado entrada em algum hospital. A polícia procura por registros em unidades de Porto Seguro, Eunápolis e Tagimirim. O corpo de Marildes Marinho da Silva foi sepultado nesta quarta, no Cemitério Parque da Colina, em BH.
Pajero dos professores ficou destruída depois de capotar. Como não conseguiram dinheiro, assaltantes decidiram levar o carro e as vítimas |
Sequestro e acidente
Era o primeiro dia de férias de Marildes. O casal havia deixado Itamaraju por volta das 16h30 em uma Pajero TR-4 prata dirigida por André, professor de economia da PUC Minas, com destino ao distrito de Caraíva, em Porto Seguro, onde encontraria uma amiga. Depois de dirigir pela BR-101, eles pegaram a estrada de terra. Após 30 minutos na rodovia vicinal, eles foram ultrapassados por uma picape de cor escura, com quatro homens armados, dois deles encapuzados, que os obrigaram a parar. Um deles estava com uma espingarda calibre 12 e ameaçou atirar em André. Os outros estavam com revólveres. Depois de render André e Marildes, os assaltantes assumiram a direção e seguiram nos dois carros até uma estrada estreita, no meio de um matagal. Em uma clareira, sob ameaça de armas apontadas para a cabeça, os professores ouviram os ladrões pedirem dinheiro, afirmando que sabiam que o casal havia comprado um terreno em Itamaraju. Como André disse não ter dinheiro, o bando revirou toda a bagagem e recolheu objetos de valor, como celulares, um notebook, uma câmera digital, um par de tênis, roupas diversas e um iPod.
Em depoimento prestado ontem à tarde ao delegado Ricardo Feitosa, da Delegacia de Proteção ao Turista de Porto Seguro, o professor relatou que os ladrões fizeram o casal refém, afirmando que iriam precisar da Pajero. Os dois encapuzados seguiram na frente, na picape. Como a professora alegou necessidade de ir ao banheiro, os outros se atrasaram um pouco.
Com a intenção de alcançar os comparsas, o assaltante que assumiu a direção partiu com a Pajero em alta velocidade. Em uma curva fechada, perdeu o controle da direção e o carro capotou três vezes. Marildes foi arremessada para fora, junto com um dos ladrões.
André conseguiu sair do carro e começou a procurar pela mulher já em meio à escuridão. Avistou um corpo estendido no matagal, mas, ao tocá-lo, percebeu que se tratava de um dos ladrões. O professor decidiu então se esconder, sem desistir de procurar por Marildes, mesmo com a clavícula fraturada e sentindo muitas dores.
A dupla que havia seguido na picape retornou e perguntou pelo casal aos comparsas. “Cadê a mulher? Cadê o cara?”, gritavam, segundo André. “A mulher morreu e o homem saiu correndo para aquele lado”, respondeu um dos envolvidos no acidente. Os ladrões desistiram de perseguir o professor, colocaram o comparsa ferido na carroceria da picape e fugiram. Ao se sentir seguro, André saiu do matagal e encontrou Marildes morta, perto do carro. Desesperado, gritou por socorro, desorientado, na estrada escura. Apenas por volta das 21h foi ouvido por um caminhoneiro. Depois que a polícia foi avisada, André foi levado de ambulância para Eunápolis (BA), antes de ser transferido para um hospital particular de Porto Seguro. (Uai-Notícias)
Era o primeiro dia de férias de Marildes. O casal havia deixado Itamaraju por volta das 16h30 em uma Pajero TR-4 prata dirigida por André, professor de economia da PUC Minas, com destino ao distrito de Caraíva, em Porto Seguro, onde encontraria uma amiga. Depois de dirigir pela BR-101, eles pegaram a estrada de terra. Após 30 minutos na rodovia vicinal, eles foram ultrapassados por uma picape de cor escura, com quatro homens armados, dois deles encapuzados, que os obrigaram a parar. Um deles estava com uma espingarda calibre 12 e ameaçou atirar em André. Os outros estavam com revólveres. Depois de render André e Marildes, os assaltantes assumiram a direção e seguiram nos dois carros até uma estrada estreita, no meio de um matagal. Em uma clareira, sob ameaça de armas apontadas para a cabeça, os professores ouviram os ladrões pedirem dinheiro, afirmando que sabiam que o casal havia comprado um terreno em Itamaraju. Como André disse não ter dinheiro, o bando revirou toda a bagagem e recolheu objetos de valor, como celulares, um notebook, uma câmera digital, um par de tênis, roupas diversas e um iPod.
Em depoimento prestado ontem à tarde ao delegado Ricardo Feitosa, da Delegacia de Proteção ao Turista de Porto Seguro, o professor relatou que os ladrões fizeram o casal refém, afirmando que iriam precisar da Pajero. Os dois encapuzados seguiram na frente, na picape. Como a professora alegou necessidade de ir ao banheiro, os outros se atrasaram um pouco.
Com a intenção de alcançar os comparsas, o assaltante que assumiu a direção partiu com a Pajero em alta velocidade. Em uma curva fechada, perdeu o controle da direção e o carro capotou três vezes. Marildes foi arremessada para fora, junto com um dos ladrões.
André conseguiu sair do carro e começou a procurar pela mulher já em meio à escuridão. Avistou um corpo estendido no matagal, mas, ao tocá-lo, percebeu que se tratava de um dos ladrões. O professor decidiu então se esconder, sem desistir de procurar por Marildes, mesmo com a clavícula fraturada e sentindo muitas dores.
A dupla que havia seguido na picape retornou e perguntou pelo casal aos comparsas. “Cadê a mulher? Cadê o cara?”, gritavam, segundo André. “A mulher morreu e o homem saiu correndo para aquele lado”, respondeu um dos envolvidos no acidente. Os ladrões desistiram de perseguir o professor, colocaram o comparsa ferido na carroceria da picape e fugiram. Ao se sentir seguro, André saiu do matagal e encontrou Marildes morta, perto do carro. Desesperado, gritou por socorro, desorientado, na estrada escura. Apenas por volta das 21h foi ouvido por um caminhoneiro. Depois que a polícia foi avisada, André foi levado de ambulância para Eunápolis (BA), antes de ser transferido para um hospital particular de Porto Seguro. (Uai-Notícias)
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