Quinta-feira, 16 de junho de 2011.
Na tarde desta quinta-feira, dia 16 de junho, finalmente a decisão: Carli Filho vai mesmo a juri popular, o que deve acontecer no segundo semestre deste ano. Se condenado, pode pegar pena que varia entre 6 a 20 anos de detenção. Carli responde pelas duas mortes ocorridas quando o Passat Alemão, conduzido por ele, literalmente aterrissou sobre o Honda Fit conduzido por Gilmar Rafael Souza Yared. Este fato, ocorrido há mais de dois anos, conhecido como a “tragédia do Mossunguê” foi exposto à mídia, creio, mais por ter sido praticado por um então deputado do que pelas vítimas em si. Pessoas morrem a toda hora no trânsito em circunstâncias até semelhantes e não têm ou tiveram o mesmo espaço de cobertura na mídia. Outro fato que chamou bastante a atenção do Brasil foi a forma como se tentou “blindar” o hoje ex-deputado. Desde o momento das mortes, amigos e parentes de influência política na cidade e no Estado foram mobilizados para preservá-lo. Vergonha total, exposta na mídia, para revolta dos simples e mortais cidadãos que só são considerados, por essa gente que se acha especial, acima de tudo e de todos, inclusive da lei, na hora de arrecadar impostos ou de votar. Depois são apenas fardos a serem suportados pelas satisfações que precisam ser dadas de seus atos. Tenho dinheiro e influência política, então tudo posso. Concepção errada que a sociedade precisa dar um basta, através das instituições criadas para esse fim. Entre elas, o Tribunal de Justiça. É deste Tribunal que saiu hoje uma firme posição no sentido de mandar este caso para o Tribunal do Júri. E era o que a maioria esperava que acontecesse. A sociedade precisa ter a chance de punir quem mata no trânsito com tanta irresponsabilidade. Não é possível que alguém, com carteira de habilitação suspensa (de tantas infrações), continue a dirigir e num momento insano conduz um veículo a mais de 160 km/h em via pública, bêbado, mata duas pessoas e fique por isso mesmo. O que aconteceu no bairro Mossunguê não foi um acidente. Carli Filho, ao dirigir o pesado Passat a mais de 160 km/h, como ficou comprovado na perícia, embriagado, e com carteira suspensa, transformou o veículo em uma bomba que veio a explodir contra o primeiro veículo que encontrou pela frente, matando seus dois ocupantes. Qualquer obstáculo que encontrasse pela frente seria destruído. Isto não foi acidente. E a sociedade precisa dar um basta! Chega de impunidade. Precisamos de um trânsito mais seguro, mas para chegar a este intento, é vital que motoristas irresponsáveis sejam definitivamente retirados de nossas estradas e de nossas ruas e avenidas. E aqueles que matam, nas circunstâncias do “caso do Mossunguê”, sejam sim tratados como criminosos e punidos com o rigor da lei.
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