quinta-feira, 16 de junho de 2011

Seis policiais são presos acusados de forjar provas do Morro do Boi; entre os detidos um delegado e o irmão de condenado


Quinta-feira, 16 de junho de 2011.
O policial civil aposentado Altair Ferreira Pinto, o Taíco, que foi superintendente da Polícia Civil durante vários anos em São José dos Pinhais e é irmão de Juarez Ferreira Pinto, condenado a 65 anos de prisão pelo crime do Morro do Boi, foi preso nesta quinta-feira (16), pelo Grupo de Operações Policiais Especiais (Gaeco), ao lado do delegado José Tadeu Bello. Os dois são acusados de fraude processual, entre outros crimes. Bello era o delegado de Matinhos na época do crime, em janeiro de 2009.
Ao todo, foram cumpridos seis mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão, expedidos pelo juízo da Vara Criminal da Comarca de Matinhos. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Curitiba, Matinhos e Paranaguá, com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil.
As investigações do Ministério Público demonstraram que os detidos participaram de uma trama criminosa cujo objetivo final era liberar e consequentemente inocentar Juarez Ferreira Pinto, irmão de “Taíco”, autor do chamado “Crime do Morro do Boi”, ocorrido em Matinhos, em 31 de janeiro de 2009.
Prisões
Na chamada Operação Posseidon, foram presos, no litoral, quatro policiais militares - Edison Pereira, Edmildo da Silva Mesquita, Paulo Roberto da Graça e Rodrigo Alves Barbosa; em Curitiba, foram presos o policial civil aposentado Altair Ferreira Pinto, conhecido como “Taíco”, e o delegado da Polícia Civil José Tadeu Inocêncio Bello. O policial militar Renato Pereira da Silva, que também teve sua prisão temporária decretada, ainda sendo procurado pelo Gaeco. Todos são investigados pela prática dos crimes de formação de quadrilha, tortura e denunciação caluniosa.
Segundo o Gaeco, como a vítima do “Crime do Morro do Boi” reconheceu Juarez, em juízo, como o verdadeiro autor do delito, Taíco, com o auxílio de policiais militares do 9º BPM (Paranaguá) e do delegado de Polícia de Matinhos à época dos fatos (Bello), teria elaborado e executado um plano para que Paulo Delci Unfried fosse preso de posse da arma usada no crime.

O plano da quadrilha consistia, de acordo com o Gaeco, em apresentar Unfried não só como o responsável pelo crime, como também autor de outros roubos ocorridos na região do litoral naquele período, os quais sabiam que a vítima não havia praticado.
Também teriam trabalhado para manipular notícias em alguns veículos de comunicação do litoral e de Curitiba, para plantar dúvida na opinião pública sobre o reconhecimento de Juarez pela vítima.

Algumas das prisões temporárias têm validade de 30 dias e, outras, foram decretadas por cinco dias, não estando descartada pelo Gaeco a possibilidade de serem requeridas judicialmente as prisões de outras pessoas, cujo envolvimento está ainda sendo investigado.

Todos os presos estão detidos em Curitiba. Estão sendo ouvidos pelo Gaeco (quatro já foram ouvidos pela manhã e os demais devem passar por oitiva à tarde) e serão, na sequencia, encaminhados para o Centro de Observação e Triagem e para o Centro de Triagem I.
O crime
O crime aconteceu na tarde do dia 31 de janeiro de 2009, quando Monik Pegorari e o namorado, Osíris Del Corso, estavam em uma trilha no Morro do Boi e tentavam chegar até a praia dos Amores. Durante o trajeto eles foram atacados.
O agressor tentou abusar sexualmente dela. Na tentativa de defendê-lá, o namorado levou um tiro no peito e morreu. Já Pegorari foi atingida por um tiro nas costas e ficou caída no local. O acusado fugiu. Mas horas depois o agressor voltou ao local do crime e a violentou. Ambos só foram resgatados no dia seguinte. Osíris já estava morto, e a menina foi encontrada viva e foi encaminhada ao hospital.
(Com informações da assessoria de imprensa do Ministério Público do Paraná, via Portal Banda B)

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