sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Médicos são condenados a 17 anos de prisão por retirar órgãos de pacientes vivos, em SP


Sexta-feira, 21 de outubro de 2011.
O urologista Rui Noronha Sacramento, o nefrologista Pedro Henrique Torrecilhas
e o neurocirurgião Mariano Fiore Júnior foram considerados culpados de fazerem
diagnósticos falsos de morte cerebral para retirar rins de quatro pessoas em 1986.
O trio foi condenado depois de mais de 40 horas de julgamento, a mais de 17 anos
de prisão em julgamento no Fórum deTaubaté. Caso ocorreu há 24 anos; eles irão
recorrer da decisão em liberdade (Foto G1)
A Justiça decidiu na noite de quinta-feira pela condenação a 17 anos e seis meses de prisão dos médicos Rui Noronha Sacramento, Mariano Fiore Júnior e Pedro Henrique Masjuan Torrecillas. Os três foram denunciados por retirar órgãos de pacientes que ainda apresentavam sinais vitais, na década de 1980, no interior de São Paulo. As informações são do Tribunal de Justiça de São Paulo. A decisão foi proferida depois de mais de 40 horas de julgamento no Fórum de Taubaté, no Vale do Paraíba. Sacramento, Fiore Júnior e Torrecillas terão de cumprir a pena inicialmente em regime fechado. Mas os réus podem recorrer da decisão em liberdade. O quarto denunciado por envolvimento no caso, o médico Antônio Aurélio de Carvalho Monteiro, morreu no ano passado. O julgamento dos médicos foi presidido pelo juiz Marco Antonio Montemor e o júri foi formado por quatro mulheres e três homens. A acusação é feita pelo promotor de Justiça Mário Augusto Friggi de Carvalho. O processo julgou a ação envolvendo as mortes dos pacientes José Miguel da Silva, Alex de Lima, Irani Gobbo e José Faria Carneiro. De acordo com a denúncia, as quatro vítimas ainda apresentavam sinais vitais quando tiveram seus rins retirados pelos acusados para um suposto tráfico de órgãos. O processo, com 54 volumes e 10.607 páginas, é de 1986. Na época, ficou conhecido como Caso Kalume, em referência ao médico Roosevelt de Sá Kalume que denunciou as suspeitas de irregularidades. Porém, em 1986, os réus foram absolvidos pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e pelo do Conselho Federal de Medicina (CFM) e continuaram exercendo a profissão. Em denúncia apresentada à época, o Ministério Público Estadual (MPE) informou que os laudos médicos atestando as mortes de quatro pacientes eram falsos. (Agência Brasil)

Os rins seriam para o mercado negro, tendo como destino pacientes ricos.
No entanto, a acusação não foi de tráfico de órgãos, mas de apressar ou
contribuir para a morte dos pacientes
* O que chama a atenção nesta notícia é o comportamento considerado "tradicional" dos Conselhos Regionais, "fechando os olhos" para uma correta condenação a um filiado, deixando de lado a busca pela justiça, a qualquer preço. Acima da vida humana está a defesa do profissional que, nesses casos, são mais bandidos e monstros do que qualquer outra coisa que possa lembrar um médico, cujo compromisso sagrado é curar e salvar vidas. Lamentável em todos os aspectos. Fica escancarada nesta absolvição que acima da justiça e da integridade de um paciente, está a salvaguarda de critérios absolutamente corporativistas de uma classe unida até as últimas consequências. Deveriam, todos os que foram responsáveis pela absolvição dos "pseudo-profissionais" da medicina (em nível de Conselho Regional) serem também chamados à responsabilidade pois, com aquela atitude, permitiram que os "monstros" continuassem a trabalhar como se nada tivesse acontecido. Canalhas!

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