terça-feira, 30 de julho de 2013

Carli Filho contrata ex-ministro do STJ, dentro do período de quarentena, para sua defesa

Terça-feira, 30 de julho de 2013.
O ex-deputado estadual do Paraná, Luiz Fernando Ribas Carli Filho, responde
a um processo criminal por ter matado duas pessoas na madrugada de 7 de
maio de 2009 em Curitiba, na direção de seu veículo. Ficou provado que o
acusado estava embriagado, com sua CNH suspensa, a 173 Km/h em via
urbana, chegando a decolar da pista causando a morte de Gilmar Rafael
Souza Yared (26) e Carlos Murilo de Souza (20). O caso tem ampla
repercussão nacional.
Na próxima terça-feira (6/8), a Sexta Turma do STJ, em Brasilia, julgará recurso da defesa do ex-deputado Carli Filho. Com a decisão será pautado novo julgamento no Paraná. Mas não há como não se perceber uma manobra vergonhosa: o ex-ministro contratado por Carli é Nilson Naves que presidiu a mesma turma do STJ que julgará seu recurso na próxima terça-feira. 
A contratação do ex-ministro desrespeita a emenda 45 que prevê um período
de quarenta dias para que volte a atuar. Nilson Naves era quem presidia a
mesma turma que vai julgar recurso de Carli Filho. Uma imoralidade.
O assistente da acusação, advogado Elias Mattar Assad, que representa Gilmar Yared e Christiane Souza Yared, pais de uma das vítimas, afirmou que “além do novo julgamento pelo TJPR, já determinado pelo STJ em um recurso do Ministério Público, nada se alterará”. Declarou ainda, que “embora seja uma imoralidade um ex-ministro presidente do mesmo órgão julgador defender um réu dentro do período de quarentena da Emenda 45, estatísticas evidenciam que em Brasília escritórios de lobby de ex-ministros têm levado a pior nos tribunais superiores. Nossa Justiça amadureceu muito nos últimos anos e eles podem até andar nos elevadores privativos, frequentar salas e bater nas costas de ex-colegas, mas os resultados práticos, no geral, tem sido péssimos para os clientes deles. Mas eu gostaria muito de ver o ex-ministro atuar no plenário do júri em Curitiba”, arrematou Assad. O julgamento pelo tribunal do júri em Curitiba chegou a ser marcado para o dia 26 de março deste ano, mas o ex-deputado contratou o escritório jurídico do ex-presidente da mesma Sexta Turma do STJ, ex-Ministro Nilson Naves, que conseguiu uma liminar para suspender o julgamento. Figura como Relator o Ministro Sebastião Reis Júnior da Sexta Turma.Com este julgamento pelo STJ, é retomado o andamento do processo criminal no TJPR que poderá ser concluído ainda este ano. (Peterson Hofmann/Ass. Imprensa)

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