domingo, 23 de novembro de 2014

O que conta mesmo é a grana

Domingo, 23 de novembro de 2014.
Raciocínio comercial: Apesar de ser uma partida decisiva, o torcedor brasileiro foi privado
de assistir no canal aberto por não ter envolvido uma equipe do eixo Rio-São Paulo
Quando morei em Londrina, PR, (1990-2002) tive uma passagem que durou três anos e meio na Rádio Paiquerê. A equipe de esporte é forte nesta emissora, líder de audiência regional. O time do Londrina participava do campeonato paranaense e não logrou êxito naquele ano. Mas, o campeonato prosseguiu até que chegou à final com o clássico Atletiba. Sintonizei a Paiquerê e ouvi que a emissora estava transmitindo Palmeiras e Ituano, pelo campeonato paulista. Fiquei sem saber a razão, enfim era a final de um campeonato que o Londrina havia participado. Pensei que ao se valorizar a competição, dá-se valor também à própria equipe junto aos seus torcedores. No dia seguinte fui ao diretor e proprietário da emissora e quis saber os motivos de a emissora ter transmitido um jogo sem importância do campeonato paulista, em vez da decisão do Paranaense. E ouvi que o que conta para a emissora é a audiência. É ela que vende comerciais que mantém a emissora. Para o ouvinte londrinense há mais interesse num jogo do Palmeiras, do São Paulo, do Corinthians, do Santos do que dos times de Curitiba, mesmo que seja uma decisão. O raciocínio, portanto foi puramente comercial. Conto esta história, pois hoje vi uma situação parecida se repetir, só que em nível de Brasil. 
Ao vencer o Goiás por dois a um o Cruzeiro não pode mais ser
alcançado nas duas rodadas que faltam e, por antecipação seu
capitão levantou a taça neste domingo, no Mineirão, em BH
Cruzeiro e Goiás jogavam no Mineirão e ao final, o torcedor poderia (como aconteceu) conhecer o campeão brasileiro de 2014. Isto é, a partida era a da decisão do campeonato. Nada mais justo do que transmiti-la ao vivo para todo o Brasil. Mas, a exemplo do que aconteceu naquele ano em Londrina, tanto Cruzeiro quanto Goiás não atraem assim tanto interesse da audiência nacional e tivemos que assistir a São Paulo e Santos. O critério é o mesmo: Audiência. A decisão da competição, nesta hora, só interessaria se pelo menos um dos times envolvidos fosse do eixo Rio-São Paulo. O que conta mesmo é a grana que mantém acesa a competição muito mais por lucros e dividendos do que necessariamente pelo futebol em si. JoYa

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