quinta-feira, 9 de julho de 2015

A missão do anjo

Quinta-feira, 09 de julho de 2015.
Irmão Furquim - Ancião da Congregação Cristã no Brasil,
cujo ministério exercia a partir da Igreja do Portão,
descansou hoje no Senhor
31 de dezembro de 1995. Depois de 10 dias convalescendo de uma meningite havia amanhecido diferente dos outros dias. Na noite anterior, bastante fraco sentia que minhas forças se esgotavam e que a morte rondava meu quarto. Foi então que lembrei das palavras de minha sogra Sebastiana, a única pessoa da família que havia me visitado durante o período de internamento no Mater Dei, em Londrina. Ela lembrou, na oportunidade ao seu genro enfermo, que o Deus do impossível poderia me libertar daquela e de todas as outras enfermidades. Citou a passagem da Bíblia que diz em 7 de Mateus:
“Pedi, e vos será concedido; buscai, e encontrareis; batei, e a porta será aberta para vós, pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, se lhe abrirá“.
Foi então que, ao lembrar do que minha sogra havia dito e no desespero da morte, dobrei meus joelhos e conversei com Deus pela primeira vez. Tinha quarenta e um para quarenta e dois anos (aniversario em 7 de fevereiro). Pedi que não permitisse que morresse naquelas condições, pois tinha três filhos menores para criar e muita coisa por realizar na vida. Quando acordei na manhã seguinte não tinha certeza de que Deus havia atendido ao meu pedido. Apenas senti um desejo de ir à cidade onde meus sogros residiam, Ribeirão de Pinhal, norte pioneiro paranaense. Ao chegar lá fui, como sempre, muito bem recepcionado pelos parentes de minha esposa (pais, irmãos, cunhados, concunhados e sobrinhos). Eu era o único “não crente” e até então havia recusado por anos o convite de visitar a igreja deles. Naquele dia 31 de dezembro, no entanto, eu estava diferente, embora não soubesse. Principalmente pelo desejo sincero de pela primeira vez, em anos, atender ao convite amável de todos para conhecer um culto da Congregação Cristã no Brasil. Tal aconteceu à noite, a partir das 19:30 horas. Até às 21 horas senti uma sensação até então nunca experimentada. Chorei muito, mas não era um choro de tristeza. Não entendia o que estava acontecendo comigo. Eram sensações nunca antes vividas. Senti-me leve, muito leve, após. Diferente da pessoa que era no dia anterior, mas até então, insisto, não entendia o que estava acontecendo. Naquela noite dormi um sono como jamais havia experimentado. No dia seguinte, 1996. Um novo ano e uma nova vida iria ser revelada. Tal aconteceu a partir de uma conversa que tive após o almoço, na residencia de meu concunhado João Zani. Lá conheci um senhorzinho muito humilde, de fala mansa, mas com olhar penetrante, embora singelo. Ele ouviu mais do que falou. Apenas perguntava coisas que mais tarde dariam sentido a mim. Sem perceber fui sabatinado por aquele senhor de cabelos brancos e de estatura baixa. Ele havia me revelado que lá estava, pois tinha combinado com algumas pessoas uma “carona” para Santo Antônio da Platina e quando soube que eu havia cancelado meu retorno para Londrina, onde residia à época ele também decidiu permanecer em Ribeirão do Pinhal. Na conversa que tive com ele contei da minha doença e a do meu filho, do desejo de estar ali, junto aos parentes de minha esposa, da minha sensação na noite anterior durante e após o culto e da minha decisão de permanecer em Ribeirão do Pinhal para ir à igreja novamente, pois tentava entender o que havia acontecido comigo. À noite, para minha surpresa aquele senhor levantou para atender ao culto. Durante a testemunhança, depois de alguns servos falarem ele olhou com aquela expressão meiga, porém com autoridade, me fez um convite incomum para os costumes da igreja: Convidou-me para levantar e testemunhar. Eu, surpreso, pensei no primeiro momento agradecer as orações daquelas pessoas. Soube que durante minha convalescença e a do meu filho Julian, na época com cinco anos (ambos com meningite), a igreja havia orado por nossa recuperação. Levantei-me (estava no banco da frente à esquerda) e diante daquelas pessoas que lotavam o recinto, antes mesmo que falasse qualquer coisa, me veio uma revelação:
- Aqui é seu lugar e esses são a partir de agora os seus irmãos na fé.
Pude então compreender o que tinha acontecido comigo. Deus havia convertido meu ser quando atendeu ao pedido feito no desespero da morte. Lembram:
“Pedi, e vos será concedido; buscai, e encontrareis; batei, e a porta será aberta para vós, pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, se lhe abrirá“.
Três dias depois, já em Londrina, aconselhado por minha esposa assisti ao terceiro culto, quando tive a certeza e pedi a confirmação do batismo, o que aconteceu. Ele foi marcado para o dia 21 daquele mês de janeiro de 1996, há 19 anos, cuja palavra foi “A Conversão de Saulo”. Além de mim, desceram às águas naquela oportunidade mais dezesseis almas, duas delas sobrinhas, Caroline e Samira, filhas do irmão João e da irmã Loide, respectivamente, de minha esposa. A família estava em júbilo.
Só mais tarde é que soube que aquele senhorzinho de aparência simples e olhar afetuoso, porém de sabedoria ímpar era o Irmão Furquim, ancião da Igreja Central do Portão, aqui em Curitiba. Anos mais tarde, em 2003, ao retornar a Curitiba fiz questão de entregar minha “carta” a ele e, embora distante de minha residência, sempre que podia ia assistir a um culto naquele igreja para poder revê-lo e quem sabe ouvir sua pregação o que, para minha satisfação aconteceu várias vezes. Hoje essa pessoa especial descansou no Senhor. Combateu o bom combate. Deu o bom e irreparável testemunho a todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Eu fui um deles. Com a graça de Deus Pai este anjo foi incumbido de me ajudar a entender o que tinha acontecido comigo e a perceber quando o Espirito Santo de Deus fala conosco. Deus o guarde imensamente, meu irmãozinho querido. De todas as pessoas que conheci na vida, o Irmão Furquim é uma que, certamente, jamais esquecerei. Toda vez que saúdo alguém com a Santa Paz de Deus, a história que acabei de relatar vem como um flash em minha memória e, hoje sei que foi tudo por permissão do Deus Misericordioso que está pronto para nos abençoar, basta pedir, bater e buscar. JoYa

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More