quinta-feira, 16 de julho de 2015

A moto retorcida

Quinta-feira, 16 de julho de 2015.
Duas da tarde, depois do almoço, o rapaz, filho único, deu um beijo na testa de sua mãe, como fazia todos os dias e ao se despedir disse:
- Mãe, volto lá pelas nove da noite. Tchau.
A mãe, como fazia todos os dias deu um olhar carinhoso para ele e respondeu com um gesto de beijo no ar.
O dia passou rápido. Lá por umas oito da noite, a mãe, viúva, começou a preparar o jantar do filho, um motoboy.
Passavam alguns minutos das nove quando ela ouviu palmas e foi atender. Era o vizinho nervoso passando a terrível notícia de que um veículo cruzou a preferencial e bateu com violência no filho dela, a apenas duas quadras dali. Aquela mãe desesperada saiu correndo aos prantos e ao chegar no local viu apenas o sangue no asfalto e a moto totalmente retorcida. 
A poucas quadras de casa o motoboy é violentamente apanhado
por um veículo que cruza a preferencial e após, se evade do
local. Depois de duas semanas na UTI o rapaz não resiste à
gravidade dos ferimentos e morre
Seu filho já tinha sido encaminhado em estado grave para o hospital. Duas semanas na UTI ele não resistiu e faleceu. Ela ficou sozinha no mundo e trabalha hoje de diarista para o seu sustento. São tragédias como essa que relatei é que enlutam mês a mês milhares de famílias brasileiras e quando tomamos conhecimento achamos que esse tipo de ocorrência só acontece com os outros. Ledo engano. Vivemos em uma roleta russa. Daí a necessária postura de você meu amigo e de você minha amiga para levar a sério a questão do trânsito. Apoiar e se mobilizar para que tenhamos uma reação enérgica do poder instituído para educar, fiscalizar, legislar e julgar todos que irresponsavelmente transformam seus veículos em armas letais.
O motorista que provou a morte do rapaz fugiu do local e não foi identificado até hoje, talvez por que o baixo poder aquisitivo dele não tenha sensibilizado suficientemente os responsáveis para chegar até sua identidade.
A real tragédia desta história:
Quando a omissão é tão chocante quanto a ação.
Mas não me refiro somente a omissão das autoridades, mas de todos que apenas ouvem, lamentam, mas concretamente pouco fazem para que as coisas verdadeiramente mudem. Engaje-se nesta luta e comece por você e todos de sua área de influência. O respeito às leis do trânsito é fundamental como contraponto a este morticínio trágico na vida dos brasileiros. JoYa


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