sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Entenda o que aconteceu e acontecerá ainda com o Egito, cujas consequências poderão chegar até nós



Sempre que ouvimos falar do Egito, o assunto estava associado às Pirâmides, aos Faraós, à fuga do povo hebreu (passagem bíblica), ao rio Nilo e ao Canal de Suez. Ultimamente, este importante país do Oriente Médio passou a ocupar espaços consideráveis na mídia internacional devido ao levante popular contra os quase 30 anos de ditadura de seu presidente, Hosni Mubarak.  O Egito apesar de ser o mais populoso país do mundo árabe, é também um dos mais pobres. Só para que se tenha uma idéia, 40% da população vive com menos de 2 dólares por dia. O país dobrou desde 1975, mas os recursos não seguiram esta alta.
É uma nação que tem uma posição estratégica no Oriente Médio, pois se encontra entre a África e a Ásia e tem o controle sobre o Canal de Suez, que faz a passagem entre a Europa e a Ásia e recebe nada mais nada menos do que 7% do transporte marítimo mundial.  Quase toda sua população concentra-se ao longo do vale do Rio Nilo, em uma área de aproximadamente um trigésimo da do país de mais de um milhão de km². 
Politicamente, o Egito tem papel importante na estratégia norte-americana de controle da paz no Oriente Médio e na salvaguarda de seu mais forte aliado, Israel. Aliás, além da Jordânia, o Egito é o único país árabe a reconhecer o Estado de Israel. O temor dos EEUU era de que qualquer mudança brusca no regime de Mubarak, pudesse tornar mais tensa, a política já inflamada da região. Duas correntes dominam politicamente o Egito: a Irmandade Muçulmana, anti-ocidental e que preconiza a instalação de um regime islâmico no país, e a corrente dos Democratas, pró-ocidental. Acontece que o Egito possui hoje mais de 80 milhões de habitantes (país mais populoso do mundo árabe) sendo que 84 por cento de sua população são de muçulmanos.  Com Hosni Mubarak, o Egito era um dos principais aliados dos Estados Unidos e da Europa, no mundo árabe. Agora, o principal temor do Ocidente é que a Irmandade Muçulmana possa assumir o governo e toda a política dos EEUU para o Oriente Médio se veja ameaçada.
Em pronunciamento hoje na Casa Branca, o presidente Obama destacou que a renúncia do ditador Hosni Mubarak é o começo, e não o fim, do processo de transição. Obama previu "dias difíceis" naquele país. Ele afirmou ainda em seu pronunciamento, "que a revolta popular mudou não apenas o Egito, mas o mundo. O que se espera agora é que as novas autoridades egípcias dêem passos que levem ao estabelecimento de instituições democráticas através de eleições livres e transparentes."

* Mas, não precisa ser entendido de política internacional para saber que se o regime for democrático mesmo, o Egito passará a ser uma República Islâmica de fé e de direito. E as conseqüências desta nova realidade poderão reacender à época do presidente Gamal Abdel Nasser, quando prometia “tirar Israel do mapa”.
Apesar da festa de seu povo, tem muita gente preocupada com os novos rumos que os egípcios tomarão com a queda do subserviente Mubarak. Parece um contrasenso, mas para os EEUU que tanto defendem a democracia, o melhor mesmo no Egito seria um governo ditatorial, mais fácil de controlar. O temor dos especialistas é de que os militares que hoje assumiram, tomem como Mubarak, uma postura subserviente aos interesses do Ocidente naquela região, notadamente dos EEUU e de Israel. A estratégia sempre foi fomentar a desunião dos países árabes, com intrigas entre êles, para fortalecer Israel e a política imperialista norte-americana, mais preocupada com o petróleo da região, do que com o bem estar de seu povo.

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