segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Óbitos no trânsito superam estatísticas de outras mortes violentas, mas responsáveis por acidentes dificilmente são condenados

Passat Alemão conduzido a mais de 160 km/h por Carli Filho

Recomendo a leitura da reportagem realizada pelo Jornal Gazeta do Povo sobre uma lamentável realidade: apuração de crimes ocorridos no trânsito, fica em segundo plano na comparação com outros motivados pela violência urbana.  A reportagem revela que "em 2007, a cada 100 mil habitantes, 30,4 morreram em ocorrências relacionadas a transporte, enquanto 29,5 perderam a vida de forma violenta em situações não ligadas ao trânsito, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo assim, apenas Curitiba tem uma delegacia especializada em trânsito. Mas, nem assim o distrito dá conta de atender todos os casos deste tipo ocorridos na capital paranaense. Os crimes de trânsito seguem uma rotina que tende à impunidade. Em razão da falta de efetivo, as delegacias dão prioridade aos homicídios que não acontecem no trânsito. Laudos técnicos do Instituto de Criminalística e Instituto Médico-Legal atrasam a conclusão de inquéritos e possíveis responsáveis por óbitos no trânsito não são sequer denunciados ou têm a culpa comprovada. E, por fim, raras são as condenações no trânsito por dolo eventual – quando se assume o risco de matar."
* É só seguir a novela do caso do ex-deputado Carli Filho. Em maio completam dois anos da morte dos dois jovens, e o cidadão mesmo dirigindo a mais de 160 km/h em via pública, alcoolizado e com carteira de habilitação suspensa, nem julgado foi, muito menos detido. A expectativa de ver o caso ser julgado de forma a criar jurisprudência definitiva sobre a questão, existe mais pela exposição do mesmo na mídia nacional. Só assim, com a cobrança da sociedade de forma abrangente, é que as instituições responsáveis se mobilizam. Mesmo de forma morosa, devido a artimanhas processuais (o processo se arrasta com o freio de mão puxado) existe ainda a esperança de que pelo menos este seja um referencial que, sem dúvida, virá a salvar muitas vidas.

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