quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Morre um dos ícones da Justiça do Paraná: Milton Luiz Pereira, ministro do Superior Tribunal de Justiça

Quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012.

Milton Luiz Pereira, ministro do Superior
Tribunal de Justiça (STJ)
O Conselho da Justiça Federal (STJ) comunica oficialmente que o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Milton Luiz Pereira faleceu, na madrugada desta quinta-feira (16), após o óbito de sua esposa, Rizoleta Mary Pereira, ocorrido às 19h de quarta. O período de tempo entre as duas mortes foi de sete horas e por motivos diferentes: A de dona Rizoleta Mary Pereira foi um mal súbito decorrente de um tumor no cérebro que ela vinha se tratando. Ele, por falência múltipla dos órgãos devido a um tumor no pulmão. Os corpos serão velados a partir das 14h, no Cemitério Parque Iguaçu, em Curitiba (PR), onde ocorrerá o sepultamento amanhã (17), às 10h.
Carreira
O ministro era natural de Itatinga (SP). Ele foi prefeito de Campo Mourão (1964-1967). Pereira formou-se bacharel em Direito pela Universidade Federal do Paraná. Ele foi juiz federal substituto e titular da 2ª Vara da Seção Judiciária do Paraná, juiz do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (1989) e presidente do TRF-3ª Região (1989/1991), de acordo com o STF. Pereira integrou o Superior Tribunal de Justiça por dez anos, até abril de 1992, quando completou 70 anos. No STJ, passou pela Primeira Turma, a Primeira Seção e a Corte Especial. Ele também foi Coordenador-Geral da Justiça Federal e diretor do Centro de Estudos Judiciários (CEJ).
Homenagem ao “mestre”
“Sem a vocação os desafios levarão ao desânimo,
a decepção e a derrota, com prejuízo aos

jurisdicionados” Milton Luiz Pereira
Parte de uma entrevista realizada com o “jurista” Milton Luiz Pereira demonstra a forma lúcida com que ele via a função da Justiça, dos Juizes e dos Advogados
Dr. Milton, como nasce a vocação para ser juiz?
Penso que a vocação autentica surge de inspiração interior, descortinando via proveitosa para a realização de ideais, voltados ao bem comum. Se a profissão for escolhida ao acaso, por impulsos, o exercício profissional não proporcionará satisfação pessoal. O profissional será um peregrino sem entusiasmo ou burocrático, sem a visão de futuro promissor. Para ele os dias simplesmente passarão durante uma vida frustrante. A vocação, pois, é a chama que ilumina os bons momentos e nos dias difíceis, serve para corrigir o rumo, à espera de bons ventos pela proa, vencendo os percalços. Sem a vocação os desafios levarão ao desânimo, a decepção e a derrota, com prejuízo aos jurisdicionados.
Ser juiz de direito, dr. Milton é “jeito ou força”? 
Não é “jeito” ou “força”. É o consciente exercício de carreira de Estado, com renúncias, voltado aos superiores interesses da Justiça. É lembrar-se de que homem é finito e a Justiça infinita. É não transformar as funções judicantes em instrumento da vaidade. É, com humildade, defender a cidadania. O Juiz não é a lei. Compete-lhe aplicá-la, sem arrogância ou abuso de poder. “Jeito” ou “força” violam a isenção do julgador ou abrirão caminho para o abuso da autoridade.
Que conselho o Sr. daria para quem pensa seguir a carreira de advogado ou juiz?
Ser fiel à vocação e ao compromisso assumido de respeito à Constituição e às leis, ouvindo os ditames da consciência. Se dúvida existir, se o temor aparecer, não ceder à solução mais fácil. Nem sempre o mais fácil é o melhor caminho. (Conteúdo retirado do Blog do Ilivaldo Duarte)

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