sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Finalmente defesa de Carli Filho entrega razões do recurso



Carli Filho no dia em que depôs no Tribunal do Juri
Os documentos foram entregues na vara privativa do 2º Tribunal do Júri no fim da tarde desta sexta-feira, quanta faltava apenas meia hora para o seu fechamento, como era de se esperar. Consagrando a cultura de quanto mais retardar melhor rumo à prescrição ou ao esquecimento do fato pela mídia, os documentos chegaram nos últimos instantes do prazo derradeiro. E as alegações estão em um material incrivelmente extenso. Se depender da quantidade de papel, Carli Filho já está com o Céu garantido. Nas alegações, a retirada das acusações de que o ex-deputado estava dirigindo bêbado e com habilitação suspensa. Seria julgado apenas pelo “acidente”.
A defesa do ex-deputado ainda alega que a via onde dirigia era preferencial e que as vítimas teriam condições de visualizar seu carro e evitar o acidente. Na verdade, o cruzamento em que houve o acidente possui um semáforo, que na hora da ocorrência estava piscando em amarelo para ambas as vias.
O juiz Daniel Surdi de Avelar, analisou cuidadosamente o caso, e depois de ouvir testemunhas, acusado, e analisar o material colhido pela investigação policial, não teve a menor dúvida: determinou que o caso fosse analisado por um júri popular.
Na avaliação de Avelar, Carli Filho deve ser julgado por duplo homicídio com dolo eventual, porque o deputado sabia que o seu comportamento poderia causar a morte de alguém. A alegação da defesa é de que o ex-deputado dirigia em uma via onde a preferência de passagem era dele e que as vítimas tinham condições de visualizar o veículo e evitar a colisão.
Agora, depois do Ministério Público e da assistência de acusação se manifestarem, uma sessão entre 3 desembargadores do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) vai determinar como o crime será julgado.

Estado em que ficou o carro das vítimas. A imagem fala por si só
* Sempre é bom lembrar que as investigações apontaram que o ex-deputado estava bêbado e com habilitação suspensa por infrações de trânsito similares a que determinou a colisão, isto é, excesso de velocidade. Também é bom lembrar que o carro estava desenvolvendo uma velocidade incompatível para uma via urbana. Vocês podem imaginar o que é andar a mais de 160 km/h dentro de uma cidade. Carli Filho estava fugindo de quem? O que o levou a chegar a tamanha imprudência? É só ver o estado em que ficou o carro conduzido por Gilmar Rafael Yared para dimensionarem o impacto da colisão. Literalmente o Passat Alemão foi transformado em uma “bomba” que explodiu no primeiro carro que viu pela frente. Ou alguém de sã consciência acha que a mais de 160 km/h dá para fazer alguma manobra de segurança para desviar de qualquer coisa que apareça pela frente em uma via urbana?
A defesa do ex-deputado apresentou suas alegações que nada mais são do que manobras evasivas para protelar o andamento do processo. Mas, vai chegar a hora em que essas manobras terão fim. A partir daí é deixar que a Justiça faça aquilo que a sociedade espera dela. Mas, o mais importante de tudo isso é que as pessoas possam entender que as leis existem para serem respeitadas. Quando isto não acontecer e a desobediência for institucionalizada haverá o caos social. A sociedade sabe muito bem o que Carli Filho fez e o que deixou de fazer em relação ao respeito às leis. Resta agora saber o que a Justiça fará para dar o exemplo necessário de punição a quem desrespeitou tão claramente essas mesmas leis e que por conseqüência, deixou duas pessoas mortas. 

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