sexta-feira, 4 de março de 2011

Copa de 2014 vai atrair grandes investimentos para o país, mas a que custo?


Até o apito inicial da partida de estréia da Copa do Mundo de 2014, o contribuinte brasileiro poderá acompanhar o “poder criativo” dos hoje responsáveis pelo gigantesco empreendimento. Alguns probleminhas já começaram a pipocar.

No RGS, o presidente do Internacional, Giovanni Luigi, deixou claro que o clube não tem dinheiro para tocar as obras do Beira-Rio com recursos próprios. A diretoria, porém, confia que conseguirá driblar a incerteza sobre a Copa-2014. E vê a parceria com uma empreiteira como solução.
O que os colorados querem é a aprovação, no Conselho Deli­­bera­­ti­­vo, da proposta de parceria com a empreiteira Andrade Gu­­tierrez. O valor inicial, de R$ 130 milhões, já pulou para R$ 200 milhões.
No Paraná, a situação não é tão crítica quanto a do Internacional, mas, para bancar o Mundial na Arena da Baixada, o Atlético terá de gastar bem mais do que esperava.
Pelo cálculo inicial, feito ainda em 2008, o custo previsto para adequar o estádio ao padrão Fifa era de R$ 135 milhões. Após a série de negociações que viabilizou o uso do Potencial Construtivo (ferramenta municipal) na engenharia financeira, ficou estabelecido que o montante seria divido em três partes iguais entre Atlético, prefeitura de Curitiba e governo do estado, R$ 45 mi­­lhões cada. Porém já é certo que o boom imobiliário pelo qual passa o país, e Curitiba especialmente, irá interferir diretamente no preço final da construção. Tomando por base a variação, o custo da Arena saltaria para cerca de R$ 173,5 milhões, com a fatia do Atlético passando a R$ 83,5 milhões – 85,5% mais caro.
Em São Paulo, o Morumbi dançou. O estádio escolhido será o do Corinthians que já tem cronograma comprometido pelo excesso de chuva naquele Estado.
Mas esse projeto precisa ser ampliado para atender as exigências do caderno da Fifa. Para ampliar a sua arena para 70 mil torcedores, seria necessário um investimento extra de R$ 170 ou R$ 180 milhões. Dinheiro que o Corinthians já adiantou que não tem.

E, finalmente, no Rio de Janeiro, a encrenca não poderia ser outra. No início do mês, o Tribunal de Contas da União (TCU) classificou como “mera peça de ficção” o projeto de reforma do estádio carioca. Previsto para custar R$ 600 mi­­lhões, o valor já está em R$ 705 milhões, com “indícios de graves irregularidades no processo licitatório”. Em fevereiro, o diretor da área social do BNDES, Élvio Gaspar, afirmou que o banco pode levar em conta os questiona­men­tos do TCU. Segundo Gaspar, as obras já foram aprovadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), mas caso não recebam o aval do TCU, o banco pode até não fazer o financiamento.

E percebam que as obras mal começaram. É certo que o empreendimento ajuda no desenvolvimento do país sede e na consequente oferta de emprego em inúmeros setores, mas a que custo?

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