terça-feira, 6 de maio de 2014

Madrugada de 7 de maio

Terça-feira, 06 de maio de 2014.

A morosidade da resposta penal gera a perigosa sensação 
de impunidade que leva à desobediência das normas 
disciplinadoras do caótico trânsito brasileiro
Por mais que tentemos, não há como esquecer esta data: madrugada de 7 de maio. Hoje, além da saudade de um sobrinho muito querido e amável me coloco diante da lei dos homens. Que tipo de lei é esta que passados cinco anos do fato não consegue levar a julgamento um cidadão acusado de matar duas pessoas de forma tão horrenda. Não importa se a arma usada foi um veículo e não um revolver. Também não importa se concretamente (muitos acham isso) o acusado não tinha a vontade de matar ninguém. O que conta é que ele assumiu sim, o risco de matar ao se embebedar e após, ter tomado o volante de um veículo (mesmo alertado para que não o fizesse). E mais: desrespeitado pela segunda vez a lei, pois sabia, antes de se embebedar que sua habilitação estava suspensa, isto é, que a lei já havia determinado previamente para que não dirigisse. O acusado então não só transgredia a lei por dirigir embriagado, transgredia a lei também por dirigir com sua habilitação suspensa. Transgredia a lei por empreender uma velocidade praticamente três vezes maior do que a permitida para a via urbana onde transitava.. E, finalmente, a pior parte: infringia a lei por ter deixado duas famílias enlutadas com suas transgressões anteriores. Na madrugada do dia 7 de maio, dois jovens morreram pela violência do impacto que um coquetel de irresponsabilidades havia transformado um veículo em uma verdadeira bomba em plena via urbana. O que mais choca  não só a mim, mas a todos que conhecem esses fatos é que até hoje, após cinco anos, o caso não foi a julgamento. Quantas milhares de vítimas precisarão ainda ser sepultadas para que as instituições entendam que precisam ser mais ágeis para suprimir definitivamente esta fatídica sensação de impunidade. É ela quem motiva mais e mais incautos a continuar se embebedando e fazendo de seus veículos armas letais em uma guerra real, embora não declarada. 7 de maio, uma data para chorar a saudade de um ente querido, mas também uma data para se envergonhar do sistema legal brasileiro, que em vez de dar solução a um problema que atinge a toda uma sociedade, se perde em meio a medidas protelatórias geradoras da insensatez assassina que vitima milhares de cidadãos brasileiros por este paós afora. JoYa

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