terça-feira, 29 de julho de 2014

A efemeridade do poder humano

Terça-feira, 29 de julho de 2014.

O comando de Israel em dois tempos:
Benjamin Netanyahu e Ariel Sharon
Ontem era Ariel Sharon. Hoje a vez é de Benjamin Netanyahu. As peças mudam, mas a política é a mesma. Percebam no breve currículo do primeiro, a efemeridade do poder humano e as consequências das decisões tomadas em vida. Durante sua carreira militar, Ariel Sharon foi considerado o maior comandante de campo da história de Israel, e um dos maiores estrategistas militares de seu país. Depois de seu ataque no Sinai na Guerra dos Seis Dias e seu Cerco do Terceiro Exército Egípcio na Guerra do Yom Kippur, o povo israelense lhe apelidou de "O Rei de Israel" e "O Leão de Deus". Já em 1983, o "Rei de Israel" Ariel Sharon foi responsabilizado pessoalmente pelo massacre de civis palestinos, perpetrado por falangistas libaneses com apoio das forças de ocupação israelenses, nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, durante a Guerra do Líbano de 1982 (junho a setembro de 1982). A pedido dos falangistas, as forças israelenses cercaram Sabra e Shatila e bloquearam as saídas dos campos para impedir a saída dos moradores e facilitar o massacre. Em 2003, a maior corte de apelações da Bélgica decidiu que Ariel Sharon, já então primeiro-ministro de Israel, poderia ser julgado por crimes de guerra, quando deixasse o cargo. O processo contra Sharon foi aberto graças à lei de jurisdição universal, criada na Bélgica em 1993, que permite que pessoas acusadas de cometer crimes de guerra sejam julgadas, independentemente do local onde os crimes tenham sido cometidos. Sharon nunca foi julgado pelos massacres. Na ocasião, Sharon era ministro da defesa. No entanto, anos mais tarde, Sharon sofreu um derrame em 4 de janeiro de 2006 e foi deixado em um estado vegetativo permanente até sua morte, oito anos depois. Hoje o mundo acompanha atônito o novo massacre de civis palestinos e as ordens partem de Benjamin Netanyahu. As imagens que nos chegam de lá são horríveis. Centenas e centenas de crianças e civis palestinos estraçalhados por bombas e armamentos do bem aparelhado exército israelense. Há quem defenda essa atrocidade como "reação legítima" dos israelenses à ameaça do Hamas contra seu território. Eu não concordo. Não há justificativa em uma guerra quando a estratégia de combate imponha o massacre da população civil. Isso se chama crime de guerra. Os envolvidos neste morticínio pensam que ao final serão vitoriosos. Percebam como terminou "O Rei de Israel" ou "O Leão de Deus": oito anos em um estado vegetativo permanente até sua morte. JoYa

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