quinta-feira, 28 de maio de 2015

Um mês da barbárie e os professores continuam sendo bombardeados

Quinta-feira, 28 de maio de 2015.
O uso de força policial contra os professores repercute no mundo
Hoje faz um mês das chocantes cenas de policiais militares que sob ordens do governo Beto Richa armaram uma verdadeira operação de guerra contra civis, funcionários públicos iguais a eles. Cenas que ficarão registradas para sempre na memória daqueles que lutam por direitos e têm na Constituição a guarida para tal. Ao lançar uma verdadeira operação de guerra contra professores e professoras no último dia 29 de abril, ao se utilizar de dois helicópteros para lançar bombas contra civis (um deles alugado para servir ao governador), ao blindar os deputados aliados para votar um projeto polêmico que mexe na previdência de todo o funcionalismo, o governador extrapolou e demonstrou com a infeliz ação estar absolutamente despreparado para administrar crises, quando preferiu o uso da força para valer sua autoridade. Acontece que não estamos num regime de ditadura. Ao optar pela força da polícia militar contra civis que agiam garantidos pela Constituição, o governador se colocou numa delicada situação, pois jogou no lixo sua governabilidade. 
Até cães foram usados contra professores estaduais
Perdeu o respeito, o crédito e a confiança no ato de governar. Hoje ao mandar à Assembléia Legislativa uma proposta para "tentar solucionar" o impasse com professores que há um mês bombardeava no mesmo Centro Cívico não gerou sequer a convocação de uma Assembléia da categoria, tamanho o disparate dos números apresentados (aumento de 3,45% neste ano, divididos em três parcelas?!?). E, para variar, usa da mesma estratégia de pressão que indigna os professores: Tenta convencer a sociedade de que os professores são os culpados pela paralisação das aulas. Mantém a cara propaganda "Convocação geral" na mídia, utiliza-se de uma posição providencial do Tribunal de Contas, segundo a qual o governo chega a um número "perigoso" de gastos com pessoal diante da Lei de Responsabilidade Fiscal e declara em nota via assessoria que o Estado não tem mais recursos para pagar os professores além daquilo que foi proposto. Tudo seria aceito e/ou negociado caso o governador não tivesse autorizado recentemente o polêmico auxílio- moradia de R$ 4.337,74 para juízes e desembargadores (sem que tenham necessidade de comprovar a destinação dos recursos?!?). Sua fala seria recebida com mais respeito caso não tivesse aumentado o próprio salário, o da sua esposa, o dos secretários, dos comissionados, juízes e desembargadores (com índices bem superiores ao solicitado pelos professores) e também ter aceito com absoluta passividade o reajuste dos deputados. 
Observe se era necessário lançar gás contra os professores
que pacificamente protestavam no centro Cívico
O que os professores querem é garantido pela Constituição: 8,17 por cento retroativos a maio, apenas para recompor o índice inflacionário do período. A proposta de 3,45% para este ano enviada à Assembléia foi considerada pelos professores como uma provocação, mais "uma bomba" lançada em direção a eles. Talvez, para ele, governador, o objetivo tenha sido lembrar aos professores que, embora com munição diferente, a estratégia de "convencimento" continua a mesma: a força. Não vejo como definir de outra forma todas as articulações feitas (diretas e subliminares) para jogar a sociedade contra os professores e assim conquistar uma aliada poderosa para “nocautear” uma categoria que nada mais quer do que respeito e isso começa por pagar aquilo a que tem direito, direito este garantido pela própria Constituição. Infelizmente, trinta dias se passaram e os professores continuam sendo bombardeados. JoYa


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