sábado, 13 de fevereiro de 2016

O rei e os vassalos: a hierarquia do poder

Domingo, 14 de fevereiro de 2016.
“Dos primórdios da raça humana até os dias de hoje testemunhamos uma
incrível evolução da ciência e da tecnologia, porém diante da natureza do
comportamento humano, continuamos como os truculentos homens da
caverna, onde sempre ao detentor da força física e posteriormente a do
capital é dada a condição de comandar aqueles que, mais fracos, não têm
outra alternativa senão a de curvarem-se ao sempre exercício despótico
do poder” JoYa
Antigamente, para viabilizar a sustentação do capital nas sociedades humanas o rei, a princípio, precisava de uma tropa formada pelos mais fortes do reino a fim de proteger seu castelo e os integrantes da corte (amigos e/ou puxa-sacos de sempre) contra qualquer tipo de intenção ou pretensão dos vassalos que não a imposta total submissão. Os anos passaram e, com a evolução natural da raça e inteligência humanas e por conseguinte também dos vassalos, este braço forte que protegia o rei e sua corte precisou ter sua ação legalizada para marcar o poder e a autonomia do rei dentro do território e criou-se, então, um providencial reforço, o dos julgadores dos conflitos de interesse dentro do reino. A tarefa inicial de julgar em última instância era do rei, mas eram os julgadores que atendiam ao conjunto de normas estabelecidos pelos representantes deste mesmo poder junto ao rei, aos integrantes da corte e aos vassalos, sempre em terceiro plano na hierarquia dos interesses. No final das contas, por detrás de tudo estavam mesmo os interesses daqueles que detinham a força do poder do capital e os julgadores nada mais eram do que o braço estendido desses interesses, embora artificialmente pousavam como um poder independente e defensor da isonomia, isto é da igualdade de todos perante a justiça que iriam aplicar. Pura balela. Uma utopia que sempre vai esbarrar na natureza humana, submissa à equivocada sensação de perpetuidade diante do domínio do mais forte sobre os mais fortes. Ao final, os anos passaram e todos, reis, membros da corte, julgadores, soldados e plebe foram e continuaram indo (todos, indistintamente) para o famoso e temido "buracão". Dos primórdios da raça humana até os dias de hoje testemunhamos uma incrível evolução da ciência e da tecnologia, porém diante da natureza do comportamento humano, continuamos como os truculentos homens da caverna, onde sempre ao detentor da força física e posteriormente a do capital é dada a condição de comandar aqueles que, mais fracos, não têm outra alternativa senão a de curvarem-se ao efêmero, porém despótico exercício do poder. JoYa

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