terça-feira, 9 de junho de 2015

Assembléia decide pelo fim da greve. A decisão pode ser considerada uma derrota para os professores?

Terça-feira, 09 de junho de 2015.
Assembléia convocada pela APP-Sindicato encerra a greve que durou 45 dias no Paraná (Foto/Divulgação)
A Assembléia realizada hoje pela manhã no estádio de Vila Capanema, em Curitiba decidiu pera suspensão da greve. Não foi uma decisão unânime. Núcleos como os de Londrina e Foz defendiam a continuidade do movimento, mas uma pequena maioria decidiu pela sua paralisação. Quarenta e cinco dias foi o tempo que durou o impasse entre governo e professores. Esses reivindicavam o que a lei determina: 8,17 por cento de reposição inflacionária ao seu salário com data base em 1° de maio. O governo, ao alegar não ter dinheiro em caixa para suportar o pedido dos professores apresentou finalmente uma proposta de reposição de 3,45 por cento em outubro e para os anos de 2016 até 2018 uma pauta de reposições que tentará recuperar o que os professores perderão em 2015. Pressionados de todos os lados, inclusive com uma multa diária de 40 mil reais imposta ao seu sindicato pelo Tribunal de Justiça, por perseguições e ameaças aos diretores das escolas e aos professores considerados pela secretaria de educação como “faltosos” e o próprio desgaste determinado pelo tempo, a maioria dos professores decidiu pela paralisação. Fica o registro após este movimento de um governo que não se limitou apenas à violência do dia 29 de abril. Outros tipos de violência foram praticadas contra os professores:
-  A exposição de números irreais de seus salários;
- A propaganda maciça induzindo a sociedade acreditar que a culpa do movimento era dos professores;
- As ameaças aos diretores no interior;
- O não reconhecimento do que determina a lei quanto à reposição inflacionária (não só pelo governo, mas pelo próprio TJ-PR que declarou a greve ilegal)
Os professores neste momento podem se considerar derrotados? Sim, se o foco for nos 8,17 por cento de reposição inflacionária com data-base em 1° de maio. Mas, de outro lado, a grande vitória foi mostrar à sociedade consciente que tipo de governo administra hoje o Paraná. A sociedade, como um todo, recebeu informações ao longo desse processo (diretas e subliminares) de como o poder opera quando procura impor a sua vontade e, o pior, como alguns representantes de instituições públicas e privadas são captados para defender seus interesses.
A única esperança de se livrar deste nó é a eleição. Mas, de que forma, se a grande maioria ainda se deixa induzir pela propaganda, instrumento muito utilizado pelos atuais detentores do poder, que mostra um estado diferente do da realidade?
Aí voltamos aos professores, os únicos que têm a força para mudar esta influência perniciosa que a falta de informação e formação impõem à sociedade. Só resta torcer para que os professores que agora retornam às salas de aula se sintam motivados diante de tão estratégica missão, após serem tão mal tratados pelos detentores dos poderes. Por ser uma categoria politizada, os professores não vão se deixar abater, pois entenderão que este governo e estas instituições, como hoje se apresentaram, não representam o interesse, muito menos a vontade da maioria que os elegeram.
Bravos professores, continuem na luta, pois a sociedade depende muito de vocês. Eu, assim como vocês, continuo nesta luta ao seu lado, pois acredito que não haja conquistas sem luta. O que pode parecer uma derrota hoje, com certeza, através do bom combate, será a estrutura necessária para a vitória de amanhã e esta vitória vai começar por vocês. Começar pela educação e formação de nossos jovens, para que no futuro, a sociedade não cometa os mesmos erros de hoje, quando por falta de uma formação e informação adequadas, a coloca no poder representantes absolutamente dissociados da vontade da maioria. JoYa

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