sábado, 10 de setembro de 2011

Álcool já chega a R$ 2,10, em postos de SP


Sábado, 10 de setembro de 2011.
Maior oferta, melhor combustível, menor preço:
acabou o sonho mesmo!
O preço do álcool atingiu R$ 2,10 ontem em alguns postos de São Paulo, o que torna inviável economicamente a utilização do álcool em relação ao derivado do petróleo. A chegada dos preços elevados no setor, mesmo antes da entressafra --devido à queda de 30% na oferta de álcool hidratado pelas usinas--, muda o cenário de abastecimento. O consumidor vai mais cedo para a gasolina e obriga a Petrobras a importar mais combustível. É o que mostram os números. As duas últimas safras de cana foram de baixa produtividade, o que forçou as importações de gasolina. Nos oito primeiros meses deste ano e de igual período de 2010, a importação média de gasolina é de 510 milhões de litros, número bem superior aos 75 milhões de iguais períodos de 2008 e de 2009. O país não só tem de importar mais gasolina como também desacelera as exportações. De 1,92 bilhão de litros exportados nos oito primeiros meses de 2007 a 2009, as vendas caíram para 332 milhões de litros nos oito primeiros meses de 2010 e deste ano. Já as usinas, com a queda na produção de etanol, estão elevando as importações de etanol de milho dos EUA, mas também não deixam de exportar o produto devido aos preços atrativos lá fora. 
* Urge política mais pontual e até uma interferencia direta do governo nesta questão. O abastecimento interno deveria ser prioridade. O melhor produto pelo menor preço. Isso é coisa de empresa pública. Se deixar para a iniciativa privada, onde o lucro é priorizado, teremos sempre essa lamentável situação. Produzimos mais do que suficiente para o atendimento à demanda interna, porém, com preços mais atrativos lá fora, os produtores acabam desviando o foco interno em busca do lucro em primeiro lugar. Daí a necessidade de um posicionamento mais forte do governo quanto à política de abastecimento de gasolina e álcool. Não é possível que o brasileiro, o cidadão brasileiro fique à mercê do mercado internacional, sendo o país autossuficiente na produção tanto de petróleo quanto de álcool combustível. Como bem disse Mauro Zafalon, em reportagem na Folha de São Pasulo hoje: “O olhar menos atento do governo em uma política nacional para os combustíveis e a forte quebra de produção dos canaviais desarmaram dois sonhos brasileiros de curto prazo: a autossuficiencia em petróleo e a adoção da energia verde internamente.”
Lamentável!

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