terça-feira, 20 de março de 2012

Lembranças, nada mais, sempre mais


Terça-feira, 20 de março de 2012.
Se estivesse vivo, Gilmarzinho estaria completando hoje 29 anos:
lembranças, nada mais, sempre mais! (Foto: Arquivo da família)

Há poucos dias de completar três anos de sua morte, as lembranças deste menino de ouro chamado por nós da família de Gilmazinho e por seus amigos de Raphael, seu nome era Gilmar Raphael Souza Yared, ficam cada vez mais fortes. É somente nelas que podemos nos apegar para lembrar, caso vivo estivesse, que hoje estaria completando 29 anos. É só o que nos restou dele, as lembranças. Ao contrário das pessoas que passam despercebidas por esta vida, Gilmarzinho viveu intensamente com todos os que tiveram o privilégio de compartilhar os seus 26 anos. Era um menino sensível, amoroso, educado, muito inteligente e de excelente caráter. Fazer amizade era com ele mesmo. Na empresa de seus pais, os funcionários tinham um carinho especial pelo “filho dos patrões” devido às qualidades já mencionadas. Na escola, nas duas faculdades que cursava, a de psicologia e a de jornalismo, seus colegas até hoje lamentam o seu prematuro desaparecimento de nosso convívio. Na Igreja, muitos ainda se lembram dele com carinho e saudade. Nos locais por onde trabalhou, a mesma coisa. A cada ano que passa as lembranças de sua passagem por nós em vez de diminuírem, ao contrário, aumentam. Fenômeno que acontece somente com aqueles que vieram para este mundo com uma missão especial. A dele foi a de mostrar a toda uma sociedade, a mídia nacional expôs o caso, o quão é importante darmos valor a cada momento que desfrutamos da vida. Construirmos uma bela história, pois não sabemos quando vamos partir. A forma como tudo aconteceu, o sacrifício de sua vida e a de seu amigo que estava com ele no carro sinistrado, escancarou ao país o quão frágil é nosso sistema legal para barrar a irresponsabilidade ao volante. Leis existem, Justiça também, mas ambas esbarram em um processo penal arcaico e por demais condescendente como o criminoso, ou como queiram, os culpados por um crime de trânsito. Quase três anos se passaram do fato e as prerrogativas processuais continuam a protelar o julgamento do caso. Tudo de forma legal, o que preocupa, pois quanto mais tempo passa, mais a sensação de impunidade impera, neste e em outras centenas de casos que aconteceram antes e depois do deles (Gilmar e Carlos). Mas, embora a demora seja uma realidade, a sociedade confia que a Justiça finalmente possa julgar a questão. Além da promotoria, dois bons juristas e advogados cuidam do caso, tanto na defesa (René Dotti), quanto no auxílio à acusação (Elias Assad). O caso é emblemático. Nada que se fará trará à vida nosso querido Gilmarzinho. O que se espera é que o resultado dos debates e o julgamento em si, em torno do caso contribuam para oferecer à sociedade, como um divisor de águas, uma noção bem clara do que acontece com uma pessoa que comete crime ao volante. Seja rico ou pobre. O que está em jogo é a vida daquelas pessoas que transitam aos milhões pelas estradas, ruas, avenidas e calçadas deste país. Se estivesse vivo, Gilmarzinho estaria completando hoje 29 anos: lembranças, nada mais, sempre mais!

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