sábado, 11 de fevereiro de 2012

Desembargador que vendia liminar a traficantes é denunciado

Sábado, 11 de fevereiro de 2012.

Desembargador Hélcio Valentim de Andrade Filho, da Corte de Minas Gerais
Se no final de tudo ficar provado e o desembargador mineiro for efetivamente condenado será ponto favorável à credibilidade que a população precisa e deve ter no importante Poder Judiciário. Só fica o lamento pela postura de uma autoridade que chega a um dos mais cobiçados cargos do judiciário. Não é fácil chegar a ele. São muito poucos os que conseguem. Uma atitude como a da denúncia choca, pois um desembargador ganha muito bem, o suficiente para viver uma vida de conforto e segurança à altura de suas responsabilidades, que não são poucas. Ainda bem que esses casos são uma minoria em nosso país, do contrário a vida social estaria inviabilizada. Como disse, o Poder Judiciário é o fiel da balança entre o equilíbrio e o desequilíbrio quanto ao respeito às leis.
Notícia que motivou o comentário
Oito meses depois de ser preso, o desembargador Hélcio Valentim de Andrade Filho, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por vender habeas corpus para traficantes. A denúncia foi encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, se recebida, transformará Valentim em réu.
Além dele, foram denunciadas outras 12 pessoas, incluindo o comerciante Tancredo Aladim Rocha Tolentino e o advogado Walquir Rocha de Avelar Júnior, vereador pelo PTB em Oliveira, no centro-oeste mineiro.
Valentim presidia a 7.ª Câmara Criminal do TJ-MG, mas foi afastado por decisão do STJ em junho do ano passado, durante a operação Jus Postulandi, comandada pela Polícia Federal. Atualmente, ele responde também a processo administrativo na corte mineira. O caso está a cargo do também desembargador Antônio Armando dos Anjos, mas, segundo a assessoria do tribunal, não há prazo para ser julgado.
Segundo o subprocurador-geral da República Eitel Santiago de Brito Pereira, o desembargador negociava os habeas corpus diretamente com Tolentino.
De acordo com a denúncia, Valentim chegou a cobrar R$ 180 mil para conceder a liberdade a traficantes, o que fazia durante seus plantões no Judiciário mineiro. Ainda segundo a denúncia, o papel de Walquir no esquema era conseguir os interessados em pagar pelos habeas corpus e receber dos familiares dos presos o dinheiro que era entregue a Tolentino, também chamado de Quêdo, para ser repassado ao desembargador. (Agencia Estado)

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