sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Reprise, a pedidos: "Preocupamo-nos demais com a embalagem!"


Sábado, 13 de agosto de 2011.

Quantas vezes recebemos presente lindamente embalado, mas
 ao abri-lo, rasgamos o enfeite curiosos do seu conteúdo
Neste sábado recebi a visita profissional do Irmão Geraldo. Ele é daqueles profissionais que “fazem de tudo” para a manutenção de uma casa. Hoje ele veio para um trabalho nada agradável, mas necessário: desentupir encanamento de esgoto. Ainda bem que há profissionais que nos auxiliam nesse tipo de problema. Imagine só você mexendo em uma caixa de gordura. É verdade, esse trabalho não é nada fácil, não! Mas foi dele, amigo, que ouvi uma das mais precisas explicações sobre a importância da espiritualidade em nossa vida. Sobre a forma verdadeira de se buscar a presença de Deus, a cada gesto, em todos os momentos dos inúmeros desafios que enfrentamos ao longo de nossa existência. Geraldo, meu irmão de fé, explicava sobre aquela afirmação bíblica que diz: “maldito o homem que confia no homem!” Expliquei a ele que entendia essa afirmação como um alerta às pessoas que “endeusam” seu semelhante. Coitada da pessoa que admira tanto alguém, que a coloca no mesmo patamar, ou até acima de Deus. Mais cedo ou mais tarde acabará se decepcionando, pois o homem é permanentemente factível ao erro, ao tropeço. Mas, Geraldo foi além. Disse que também tem a ver conosco mesmo. Maldito o homem que “se acha”! Aquele que confia tanto em si, que se esquece dos outros e até de Deus. É só dar poder demais a uma pessoa para esse tipo de situação existir. Mais cedo ou mais tarde, ao perder o passageiro ou efêmero poder, sucumbe. Temos tantos exemplos, disso: dos faraós, dos imperadores, dos ditadores, dos artistas, dos bilionários, etc...Foi então que o Irmão Geraldo, com toda a sua simplicidade, me deu uma explicação sábia, sobre a passagem do homem neste mundo, da vida à morte. Disse ele que quando damos um presente a alguém de quem gostamos muito, nos preocupamos em primeiro lugar com o presente (o conteúdo); mas, também nos preocupamos em fazer uma bela embalagem. Embrulhamos o presente. Até uma fita colocamos para a embalagem ficar mais bonita ainda. E entregamos à pessoa de quem gostamos, com carinho e amor. A pessoa que recebe o presente, na maioria das vezes, em nossa frente, abre a embalagem e a rasga para ver o que tem dentro. Tanto quem dá, como quem recebe tem a atenção voltada para o conteúdo da embalagem. Na verdade é ele que importa. Ele é o verdadeiro presente, e no final das contas, é com ele verdadeiramente que todos se importam.
E assim é em nossa vida, explicou Geraldo. Nosso corpo é a embalagem. Nosso espírito, o conteúdo. Preocupamo-nos demais com a embalagem e esquecemos o principal, o conteúdo. É com ele que verdadeiramente mais deveríamos nos ocupar. Hoje as pessoas estão interessadas no que vestem, na saúde, nos exercícios, nas academias, na casa, nos carros, no conforto, na posição social, no que os outros pensam delas, etc. Isso tudo é embalagem. Esquecem da espiritualidade. De buscar a Deus.  De atenderem seus mandamentos. De serem misericordiosas. De olharem para o mundo que as cerca e saber que Deus está presente em tudo e em todos. Olhando só para seus interesses, não se importando com os demais, essa pessoa está dando atenção à embalagem, que mais tarde será rasgada (envelhecimento, doença, morte) e ao se procurar o conteúdo, nada será encontrado. Você já imaginou a expressão de alguém que recebe um presente com uma bela embalagem e ao abri-la, não encontra nada dentro?
Pois é assim que nos apresentaremos ao final de nossa jornada, diante de Deus. Ao nos preocupar tanto com a embalagem, corremos o risco de nos apresentar sem conteúdo algum.
Isso é verdadeiro sim: preocupamo-nos por demais com a embalagem! Nesta sociedade, competitiva e materialista acabamos reféns dessa inversão de valores. Mas, felizmente, Deus é tão bom que prepara palavras de conteúdo sábio na boca de seus servos para graciosamente nos oferecerem em momentos de necessidade. E, eu estava precisando ouvi-las e as recebo como “graça de Deus”.
Obrigado, Irmão Geraldo, pelo sábio ensinamento.

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