segunda-feira, 11 de julho de 2011

Lei branda: jovem universitário que provocou colisão com morte de taxista e passageiro já está em liberdade


Segunda-feira, 11 de julho de 2011.
Caminhonete Mitsubishi praticamente destruída com a violência do impacto
(Foto Lucas Porfirio/via Paraná Online)
O estudante Leonardo Brandalise Kucinski, 19 anos, que provocou a colisão no sábado (9) - que terminou com a morte de um taxista e do passageiro que fazia uma corrida - já foi liberado da carceragem do Dedetran (Delegacias de Delitos de Trânsito). O jovem foi detido no momento do acidente, mas não passou nem um dia na cadeia e foi liberado na manhã deste domingo (10). Segundo testemunhas no momento da colisão, Kucinski estava embriagado e se recusou a realizar o teste do bafômetro. De acordo com as testemunhas, o universitário dirigia uma caminhonete Mitsubishi em alta velocidade. 
A colisão da camionete com o táxi não pode, nem deve ser chamada de "acidente"
(Foto Lucas Porfirio/via Paraná Online)
O jovem perdeu o controle do veículo e se chocou violentamente contra um táxi. O contador Ricardo Possoli Filho, 62, que era passageiro do táxi Corsa, prefixo 1237, foi arremessado contra o motorista, Edson Salvador de Lara, 49. Ambos morreram na hora. Kucinski não sofreu ferimentos. O jovem é um dos herdeiros da família que administrava a empresa Perdigão e proprietário de uma rádio na cidade de Caçador, em Santa Catariana. O corpo do taxista foi sepultado neste domingo, no cemitério Parque Senhor do Bonfim, Em São José dos Pinhais. O passageiro Ricardo Possoli teve o corpo cremado, também durante este domingo.
A colisão
A colisão aconteceu na madrugada de sábado, entre uma caminhonete, que era conduzida por Leonardo Brandalise Kucinski, e um táxi. Tanto o motorista quanto o passageiro do táxi morreram na hora. O acidente aconteceu por volta das 3h, no cruzamento da rua Augusto Stresser com a rua José de Alencar, no Juvevê, em Curitiba.
Lei branda
As leis existem para regular a vida em sociedade. A proteção da vida é uma de suas prioridades. De nada adianta teorizar se na realidade há mecanismos que relaxam a resposta penal à pratica de delitos que levam essa mesma sociedade à insegurança daquilo que mais deveria proteger: a vida. O Congresso Nacional precisa dar uma resposta ao anseio da sociedade e oferecer um arcabouço jurídico capaz de punir rápida, severa e exemplarmente quem quer que seja que mate no trânsito. Aquilo que aconteceu não foi uma fatalidade. Aliás, nem acidente foi. A colisão protagonizada por uma pessoa bêbada, dirigindo um poderoso veículo em alta velocidade em via urbana, não deveria ser tratada como “acidente”, mas sim como “incidente”. O ato de dirigir sem condições de segurança para si e para outrem incide em fato futuro que pode ocasionar conseqüências irreversíveis para ambos.  O que importa é atitude do cidadão que mesmo ao estar com um veículo sob sua responsabilidade, ainda são, toma a decisão de aceitar um copo de bebida alcoólica, sabedor de que é proibido por lei. Voltamos a velha discussão: o jovem Kucinski, para seus pais, é hoje uma vítima de um “acidente de trânsito”. Com poder aquisitivo para tal, sua família fará de tudo para evitar que vá preso. “Coitado, tem só 19 anos. Uma vida pela frente!”  Até imagino as afirmações: “meu filho é um ótimo menino!” ou “O rapaz é estudioso, responsável, obediente. Bom amigo, bom colega. Motivo de orgulho de todos nós. É claro que foi vítima de uma fatalidade!” Essas mesmas ponderações ouvimos de Bibinho, cujo filho matou quatro pessoas. Também de familiares de Carli Filho que matou dois jovens, há dois anos, e até agora, permanece em liberdade. Não houve até agora uma resposta legal para a prática irresponsável de seus atos que levaram à morte de pessoas inocentes, pessoas que foram abruptamente retiradas do convívio de seus entes queridos. Esses são apenas 3 dos milhares de casos que acontecem diariamente neste país. E nada acontece. Para que serve o Congresso Nacional? É preciso mobilização imediata para que os deputados mudem logo essa lei. Três jovens, bons filhos, amados por seus entes queridos, bebem, pegam um volante, dirigem em alta velocidade, provocam uma colisão tão violenta a ponto de destruírem os veículos envolvidos, matam e fica por isso mesmo?  Pior do que a atitude irresponsável desses “queridinhos” é a inércia de quem tem a responsabilidade (Congresso Nacional) de criar mecanismos de defesa para que a sociedade dê uma resposta afirmativa e rápida a esses “criminosos do volante” que matam e não ficam um dia sequer presos. É revoltante!

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