Segunda-feira, 25 de abril de 2001.
A descoberta pode levar a futuros tratamentos para um problema que afeta uma em cada oito gestações, colocando em risco a vida de milhões de crianças e mulheres em todo o mundo. Até agora, não se conhecia nenhum fator genético ligado ao parto prematuro. Os cientistas partiram de uma premissa. A linhagem humana teve pouco tempo para se adaptar a processos evolutivos que podem dificultar significativamente o trabalho de parto: o aumento do crânio para acomodar um cérebro maior e o estreitamento da bacia pélvica para facilitar andar sobre dois pés.
A pressão da seleção natural fez com que o tempo de gestação diminuísse rapidamente em comparação com outros mamíferos e, até mesmo, com outros primatas. Um feto menor e mais jovem causa menos complicações ao nascer, pois há menor desproporção entre sua cabeça e o pélvis da mãe. Partindo desta convicção, os cientistas procuraram genes que passaram por um processo de evolução acelerada na espécie humana, em comparação com outros animais, especialmente primatas.
Identificaram 150 bons candidatos. Compararam então as diferenças desses genes em duas populações na Finlândia: 165 mulheres que tiveram parto prematuro e 163 que deram à luz no tempo esperado. Definiu-se prematuridade como uma gestação menor do que 37 semanas.
Identificaram assim variações no gene responsável pela produção do receptor do hormônio folículo-estimulante (FSHR, na sigla em inglês). Depois, confirmaram a presença das mesmas variações associadas à prematuridade em mulheres africanas que deram à luz antes do tempo. O estudo foi publicado na revista PLoS Genetics (www.plosgenetics.org). (Estadão)
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